Mestramos Seanchas

No último evento de RPG da Biblioteca de 2018, escolhemos como tema celebrações para incentivar nos mestres e jogadores uma positividade e fechamento de ciclo do ano. Para mostrar nosso intento, escolhemos o jogo perfeito para isso, Seanchas, do qual já falamos. O tema do jogo, como dito foi celebração e o ambiente escolhido, um pouco diferente do que é proposto pelo jogo original, foi um cenário já existente, o Sonhar, das histórias de Sandman da Vertigo.

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A seguir um breve relato:

No que consistia a história: Os jogadores interpretaram um dos Perpétuos, Sandman e seus irmão, arquétipos de Morte, Destruição, Delírio/Deleite, Desejo, Destino, Dor e Sonho, em um bar, no fim dos tempos, relembrando as suas vivências entre mortais no passar das eras. Enquanto a história fosse sendo contada, um novo reino no Sonhar, plano do mundo dos sonhos, iria ser criado por estas histórias em celebração à reunião dos irmãos. O desafio era que no reino do sonhar, arquétipos dos personagens seriam criados e viveriam partes dos problemas que os próprios personagens narrariam em suas vidas pregressas, durante a história.

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Teríamos 3 planos de história:

– O Bar, com todos os Perpétuos.

– O mundo mítico / Sonhar, com uma história amalgamada sendo criada e vivida

– O passado, com suas eras e interpretações dos Perpétuos sobre a vivência dos mortais.

Os jogadores escolheram Morte, Desejo, Destino, Dor e Sonho como jogadores.

– Desejo mudou um pouco seu conceito, associando seu personagem mais com Vida e Fertilidade, uma das facetas possíveis.

– Destino, também, se associando a Amor e paixão, ao destino compartilhado e ao conceito de pertencimento.

– Dor, interpretou seu personagem como a Dor necessária para alcançar seus objetivos, aquilo que harmoniza nossas vontades e nos coloca no rumo do equilíbrio.

Como dentro da trama de Sandman, os Perpétuos podem mudar e ter personalidades diferentes conforme o mundo ao seu redor muda, incentivei a fazerem estas alterações, para deixar o personagem mais confortável com o que queriam jogar.

Expliquei que o mito a ser contado seria sobre a celebração da vida e da morte e começamos a partida. Cada um escolheu uma história de seu personagem e um tempo / planeta a ser contada e começamos a narrativa. De cada história peguei um elemento de forma aleatória e criamos um plano no sonhar:

– Habitado apenas por coelhos.

– No qual os Perpétuos eram coelhos com poderes divinos

– Que foi visitado por um alienígena e o mesmo virou um deus por adoração.

– Os Perpétuos se sentiram enciumados e queriam mudar a situação.

– Tudo que os heróis coelhos mitológicos fizessem ecoaria no Bar, mudando o cenário e os personagens.

Como podem perceber, a história acabou saindo um pouco do escopo original, de lidar com os mitos em todo o seu esplendor, mas não da proposta como um todo, porque os Perpétuos sempre são uma manifestação quase grega dos anseios de uma população em um determinado tempo. A Morte, por exemplo, vista nos quadrinhos como sempre de bom humor, trabalhadora e sensível, nesta história foi mais calculista, agindo sempre no interesse de garantir uma harmonia no mundo ou em horas de desespero, suprimindo a si mesma e evitando matar como forma de punição.

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Ao final da seção que durou cerca de 3 horas, os jogadores estavam pesarosos, pois o cenário estava rumando para uma destruição. A celebração pelo fim, era necessária para que o novo surgisse, mas não sem Dor, sem Morte, sem que Destinos e Desejos fossem negados ou cumpridos. Raças novas surgiram e morreram, eras passaram, deuses nasceram e desapareceram e no fim, no Bar, todos sentiam saudades daquele sonho.

Como mestre, eu me senti um pouco mal de causar aos jogadores esse sentimento de tristeza e saudades quando o tempo dos coelhos chegou ao fim e eles viraram uma espécie no plano dos sonhos (ao invés de dominar a galáxia e tals). Não era o ideal, e sim que terminasse em uma celebração ao novo, mas acredito que foi uma história bastante reflexiva e imersiva, pois todos ficaram sentidos. Preciso melhorar o meu domínio de mitologia.

Espero que tenham gostado do relato.

Se se interessarem por Seanchas, acessem a página da Lampião!

Esperamos vocês nos próximos eventos.

Dúvidas, dicas, sugestões, falem conosco.

2 comentários sobre “Mestramos Seanchas

  1. Peregrino, se não terminar em pesar e lamentação, nem deveria ser sobre Sandman… Rs. Devo dizer que vc foi fiel ao seguir a linha do Gaiman, e permitir que as coisas tomassem o fluxo que o título quase sempre segue.

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